Kiriê

 

O Kiriê faz parte de uma das maravilhas da arte tradicional chinesa. Consiste em formar figuras e desenhos através de corte feito no papel, pela lâmina afiada de um estilete, isto é, em vez do uso de pincéis ou lápis, é com um estilete que se pinta ou desenha. Como toda arte oriental, é preciso muita paciência e delicadeza na hora do corte.
No Japão, a existência do Kiriê parece ser bem antiga. Segundo alguns estudiosos, na poesia Manyoushu (759 D.C.) já apareciam algumas ilustrações utilizando-se esta técnica. Em Kyoto foi muito usado na fabricação de moldes para pintar tecidos do kimono. Um dos mais conhecidos artistas nesta arte no Japão é Masayuki Miyata, que já expôs no MASP, em 1975. Além de São Paulo, realizou exposições no Havaí, em Atenas na Grécia e um de seus trabalhos faz parte da coleção do Museu do Vaticano. Recebeu vários prêmios nacionais e estrangeiros, entre eles, o prêmio do Ministério de Educação e Cultura do Japão.
Diz ele: “A operação é simples. Aparentemente simples, porém delicadíssima, não permitindo o retoque do corte, o que deve ser feito sem vacilação. Permito-me dizer que há vida no papel e, no momento exato, quando a minha respiração e a do papel estão em harmonia surgem traços almejados, envolvendo-me numa satisfação somente por mim conhecida”.

Atualmente, o Kiriê é utilizado para várias finalidades, tais como, capas e ilustrações de livros, calendários, cartazes publicitários, cartões, etc..